Presa

Ela estava sentada dentro do quarto olhando pela janela. Uma chuva caía lá fora, mas era uma chuva calma de gotas suaves. Ela estava triste, com a chuva vieram suas lágrimas. Ao perceber que tinha começado a chorar, passou suas delicadas mãos rapidamente em forma de reprovação. Não queria chorar, estava com raiva por estar triste, por chorar.
Tinha se trancado naquele quarto pra talvez nunca mais sair. Todos queriam saber como ela estava, mas o único que ela queria que fosse vê-la, era aquele que nunca iria até lá.
Pensando assim, chorava mais. Tinha um enorme aperto no coração quando pensava nele. Ela estava num abismo e caía cada vez mais.
_ E ele, ele devia estar aqui, mas por que não está? - se perguntava
Ela estava presa na ilusão de que um dia ele a amaria. Sonhava com o dia em que ele entraria pela porta daquele quarto e lhe diria um caloroso "eu te amo".
Mas ele nunca vinha.
E ela chorava mais... A chuva começou a ficar mais forte á medida que ela chorava mais...
Deitou-se em sua cama e fechou seus olhos molhados...
Seu coração estava sem fé, sem esperança.
Lembrou-se da última vez que o viu. Estava tão radiante, aquele sorriso, aquele olhar. Ele nunca sorriu pra ela, ele nunca a olhou, ele nunca a notou.
Num estado de raiva, ela pegou um ursinho de pelúcia que estava em sua cama e o atirou contra o espelho que se quebrou...
Deitou-se novamente e chorou, chorou por horas....Quis morrer, mas... Algum tempo depois ela, foi até ele lhe disse:
_ Um amor é feito por duas pessoas... E não é este o amor que eu tenho. Você não me notou, você nem me olhou... Um ano que eu fiquei embriagada com esse amor. Três meses depois e eu agora estou sóbria. Sei que isso nunca vai ter fim, mas hoje no final da pista eu posso vislumbrar algo pra mim e seguir o meu caminho sem pensar em você.