Desconhecido

Ela corria rapidamente por entre todas as pessoas que passavam por ela naquela avenida movimentada e cheia de balões. Estava um pouco desesperada, mas precisava chegar ao fundo de tudo. Era mais uma decepção inevitável depois de confiar tanto e tão cegamente. Apenas mais uma vez não estava acreditando no que acabara de ver. Sua melhor amiga tinha acabado de beijar seu namorado bem em sua frente. Depois quando a viram ele até que tentou alcançá-la depois do flagra, mas foi em vão. Ela já tinha saído pela porta de seu quarto na intenção de nunca mais voltar àquele lugar.

Enquanto corria sentiu uma mão pegando em seu braço e ao virar para trás viu aquele mesmo rapaz da boate no outro dia. Olhos verdes, cabelos castanhos, um sorriso enigmático, uma face perfeita e brilhante. Pensou por um instante e lembrou seu nome. Jeremy.

Ao vê-lo ali, as lágrimas começaram a escorrer pelo rosto dela. Seus longos fios escuros de cabelo sem querer misturam-se às lágrimas depois uma leve brisa.

Por de repente não entender absolutamente nada, ele apenas a abraçou. Ele não imaginava que a encontraria ali no festival, mas sabia que o destino os tinha colocado ali por alguma razão desconhecida.

Ficaram ali abraçados por alguns segundos enquanto as pessoas ao redor pulavam, gritavam, cantavam e comiam algumas variedades das barracas.

Ele não sabia o que lhe dizer e ela não queria falar nada. Quando enfim as lágrimas pararam de escorrer, ela ergueu a cabeça antes encostada no peito dele. Olhou-o por um instante. Naquele mundo ás vezes perturbador ás vezes consolador, ela nunca sentiu tamanha compaixão de um desconhecido que sabia apenas o primeiro nome. A maioria de seus amigos sempre prefere esquecer a tristezas com altas doses de bebidas alcoólicas e ela sempre condenou aquilo. Dizia para si mesma que é bom chorar quando o coração está apertado e você não sabe mais o que deve fazer. E naquele momento além de apertado, seu coração estava despedaçado. Mas naquele momento, ele era tudo o que ela precisava.