Tristezas que viveu



Ele apenas precisava descansar em qualquer lugar depois de um dia inteiro de viagem. Um dia completamente exaustivo. Depois de procurar um pouco ele acabou chegando em uma cidade que parecia estar abandonada. As casas eram antigas, não havia pessoas andando pelas ruas e o leve vento que assoprava mostrou como havia muita poeira no local.
Então viu uma moça de longos cabelos loiros andando pelo local abandonado. Parou o carro perto dela.
Os olhos dela castanhos como avelã apenas observou o carro parando ao seu lado. Estava com um vestido encardido que parecia ser muito antigo.
- Tem algum lugar que eu possa dormir por aqui? – ele perguntou
- Não, meu senhor. Tudo está abandonado, tudo está consumido.
- Você está sozinha nesse lugar?
- Sempre estive.
- Venha, entre. – e abriu a porta do carro – Venha que eu te levo para algum lugar.
A moça olhou-o confusa, mas resolveu aceitar a carona. Nem mesmo ela sabia quem era. Nem ela sabia o que estava fazendo ali.
O rapaz pegou a rodovia mais próxima para sair daquele lugar. Estava preocupado com estado daquela moça porque ela parecia estar um pouco perturbada.
De repente ela começou a amassar a barra de seu vestido com as mãos. Estava ficando nervosa com alguma coisa. Deu gritos de desespero e de angustia.
O rapaz confuso apenas parou o carro sem saber porque ela estava agindo daquela forma, foi quando a moça de cabelos loiros apenas desapareceu... Sem acreditar que ela apenas tinha sumido, ele saiu do carro e procurou por ela na estrada.
- Moça?
Então seus pés bateram em algo. No chão havia um pedaco de jornal antigo... “Jovem é assassinada por maniaco”. A data era 12 de Outubro de 1876 e ao lado uma foto da moça loira que ele havia dado um carona.

“As vezes nossos medos não são nada perto de quem já morreu e ainda se sente preso as tristezas que viveu”


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